Medley: Gita/Ouro de Tolo/Eu Nasci Há Dez Mil Anos Atrás

Raul Seixas

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Raul Seixas

Raul Santos Seixas (Portuguese pronunciation: [ʁaˈuɫ ˈsejʃɐs]; June 28, 1945 Salvador Northeast Brazil – August 21, 1989), was a Brazilian rock composer, singer, songwriter and producer. He is sometimes called the "Father of Brazilian Rock" and "Maluco Beleza". He was born in Salvador (Bahia), Brazil, and died of pancreatitis in São Paulo. Every year on Seixas' birthday, legions of fans, including hundreds of impersonators (many even changing their last name to Seixas as a sign of idolatry), throw a parade in his honor in downtown São Paulo. more »


Year:
2003
7:23
12 

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"Eu que já andei pelos quatro cantos do mundo procurando,
Foi justamente num sonho que Ele me falou"

Às vezes você me pergunta
Por que é que eu sou tão calado
Não falo de amor quase nada
Nem fico sorrindo ao teu lado

Você pensa em mim toda hora
Me come, me cospe, me deixa

Talvez você não entenda
Mas hoje eu vou lhe mostrar

Eu sou a luz das estrelas
Eu sou a cor do luar
Eu sou as coisas da vida
Eu sou o medo de amar

Eu sou o medo do fraco
A força da imaginação
O blefe do jogador
Eu sou, eu fui, eu vou

Gita gita gita gita gita

Eu sou o seu sacrifício
A placa de contra-mão
O sangue no olhar do vampiro
E as juras de maldição

Eu sou a vela que acende
Eu sou a luz que se apaga
Eu sou a beira do abismo
Eu sou o tudo e o nada

Por que você me pergunta
Perguntas não vão lhe mostrar
Que eu sou feito da terra
Do fogo, da água e do ar

Você me tem todo dia
Mas não sabe se é bom ou ruim
Mas saiba que eu estou em você
Mas você não está em mim

Das telhas eu sou o telhado
A pesca do pescador
A letra A tem meu nome
Dos sonhos eu sou o amor

Eu sou a dona de casa
Nos pegue-pagues do mundo
Eu sou a mão do carrasco
Sou raso, largo, profundo

Gita gita gita gita gita

Eu sou a mosca da sopa
E o dente do tubarão
Eu sou os olhos do cego
E a cegueira da visão

Mas eu sou o amargo da língua
A mãe, o pai e o avô
O filho que ainda não veio
O início, o fim e o meio
O início, o fim e o meio
Eu sou o início, o fim e o meio
Eu sou o início, o fim e o meio
Eu sou o início, o fim e o meio

Eu devia estar contente 
Porque eu tenho um emprego 
Sou um dito cidadão respeitável 
E ganho quatro mil cruzeiros por mês 

Eu devia agradecer ao Senhor 
Por ter tido sucesso na vida como artista 
Eu devia estar feliz 
Porque consegui comprar um Corcel 73

Eu devia estar alegre e satisfeito 
Por morar em Ipanema 
Depois de ter passado fome por dois anos 
Aqui na Cidade Maravilhosa 

Ah! Eu devia estar sorrindo e orgulhoso 
Por ter finalmente vencido na vida 
Mas eu acho isso uma grande piada 
E um tanto quanto perigosa 

Eu devia estar contente
Por ter conseguido tudo o que eu quis 
Mas confesso abestalhado 
Que eu estou decepcionado

Porque foi tão fácil conseguir 
E agora eu me pergunto: E daí? 
Eu tenho uma porção de coisas grandes 
Pra conquistar, e eu não posso ficar aí parado 

Eu devia estar feliz pelo Senhor 
Ter me concedido o domingo 
Pra ir com a família ao Jardim Zoológico 
Dar pipoca aos macacos 

Ah! Mas que sujeito chato sou eu 
Que não acha nada engraçado 
Macaco praia, carro, jornal, tobogã 
Eu acho tudo isso um saco 

É você olhar no espelho 
Se sentir um grandessíssimo idiota 
Saber que é humano, ridículo, limitado 
Que só usa dez por cento de sua 
Cabeça animal 
E você ainda acredita que é um doutor, padre ou policial 
Que está contribuindo com sua parte 
Para nosso belo quadro social 

Eu que não me sento 
No trono de um apartamento 
Com a boca escancarada cheia de dentes 
Esperando a morte chegar 

Porque longe das cercas embandeiradas que separam quintais 
No cume calmo do meu olho que vê 
Assenta a sombra sonora de um disco voador 

Eu que não me sento 
No trono de um apartamento 
Com a boca escancarada cheia de dentes 
Esperando a morte chegar 

Porque longe das cercas embandeiradas que separam quintais 
No cume calmo do meu olho que vê
Assenta a sombra sonora de um disco voador

Um dia, numa rua da cidade, eu vi um velhinho sentado na calçada
Com uma cuia de esmola e uma viola na mão
O povo parou para ouvir, ele agradeceu as moedas
E cantou essa música, que contava uma história
Que era mais ou menos assim:

Eu nasci há dez mil anos atrás
E não tem nada nesse mundo que eu não saiba de mais (2x)

Eu vi Cristo ser crucificado
O amor nascer e ser assassinado
Eu vi as bruxas pegando fogo para pagarem seus pecados,
Eu vi,
Eu vi Moisés cruzar o mar vermelho
Vi Maomé cair na terra de joelhos
Eu vi Pedro negar Cristo por três vezes diante do espelho
Eu vi,

Eu nasci (eu nasci)
Há dez mil anos atrás (eu nasci há dez mil anos)
E não tem nada nesse mundo que eu não saiba demais

Eu nasci (eu nasci)
Há dez mil anos atrás (eu nasci há dez mil anos)
E não tem nada nesse mundo que eu não saiba demais

Eu vi as velas se acenderem para o Papa
Vi Babilônia ser riscada do mapa
Vi conde Drácula sugando o sangue novo
E se escondendo atrás da capa
Eu vi,
Eu vi a arca de Noé cruzar os mares
Vi Salomão cantar seus salmos pelos ares
Eu vi Zumbi fugir com os negros para floresta
Pro quilombo dos palmares
Eu vi,

Eu nasci (eu nasci)
Há dez mil anos atrás (eu nasci há dez mil anos)
E não tem nada nesse mundo que eu não saiba demais 

Eu nasci (eu nasci)
Há dez mil anos atrás (eu nasci há dez mil anos)
E não tem nada nesse mundo que eu não saiba demais

Eu vi o sangue que corria da montanha
Quando Hitler chamou toda a Alemanha
Vi o soldado que sonhava com a amada numa cama de campanha
Eu li,
Eu li os simbolos sagrados de Umbanda
Eu fui criança para poder dançar ciranda
E, quando todos paraguejavam contra o frio,
Eu fiz a cama na varanda

Não, não porque
Eu nasci (eu nasci)
Há dez mil anos atrás (eu nasci há dez mil anos atrás)
E não tem nada nesse mundo que eu não saiba demais
Não, não

Não, não porque
Eu nasci (eu nasci)
Há dez mil anos atrás (eu nasci há dez mil anos atrás)
E não tem nada nesse mundo que eu não saiba demais
Não, não

Eu tava junto com os macacos na caverna
Eu bebi vinho com as mulheres na taverna
E quando a pedra despencou da ribanceira
Eu também quebrei a perna
Eu também,
Eu fui testemunha do amor de Rapunzel
Eu vi a estrela de Davi brilhar no céu
E para aquele que provar que eu tou mentindo
Eu tiro o meu chapéu

Eu nasci (eu nasci)
Há dez mil anos atrás (eu nasci há dez mil anos)
E não tem nada nesse mundo que eu não saiba demais

 Become A Better Singer In Only 30 Days, With Easy Video Lessons!

Written by: Raul Santos Seixas

Lyrics © BMG Rights Management, Warner Chappell Music, Inc.

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    "Medley: Gita/Ouro de Tolo/Eu Nasci Há Dez Mil Anos Atrás Lyrics." Lyrics.com. STANDS4 LLC, 2024. Web. 26 Apr. 2024. <https://www.lyrics.com/lyric/14074171/Raul+Seixas/Medley%3A+Gita-Ouro+de+Tolo-Eu+Nasci+H%C3%A1+Dez+Mil+Anos+Atr%C3%A1s>.

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