Halibut

Andam na casa a brincar ‘tão deixa ‘tar que eu arrumo Querem a faca a rodar? vim pa’ balançar no gume Eu tou a ver-te enrolar, seja, se é pa’ fazer fumo: Tenta não te comparar aqui no trap ou no boom Aumenta o consumo do que não te deixou mal Nunca o fiz, não é normal começar agora Aguenta o rumo com prumo no flow E tal o cota me diz no final melhora C57, decora Vê: pa’ quem faz frete, ignora Quê? chamar-lhes burros é fora Mas quando falo só dão voltas à nora ‘Tão vê que não rimo p’ra eles É p’ra mim, mais o restrito grupo de gente que adora Porquê estar no cimo, se no fim tu cais? Eu evito quem explora e tente ser a Dora Diz e não faz, eloquente elabora Ainda quer é cobrar quem nunca lhe deveu Fala por trás, já na frente só cora e sugere entregar Tudo o que prometeu Sem promoção, então paga na hora não há maior valor Do que a fé no seu Tem a noção do que nada e se chora ‘tão pede um favor E nem café me deu? Abre a caixa de pandora, troça com a dica meu puto E se a má lingua se aflora, coça ou aplica halibute Num prazer que a revigora, vem e lamenta o meu look Ver se a escrita se aprimora face a quem lute Para que ninguém escute Meu puto, tu coça ou aplica Halibut Tanta acção a levar putos à matiné do movimento Mas há quem se oponha Vá, ganha noção, brotha já foi há bué mas eu sou do tempo Em que o bite era vergonha Claro que ninguém disse ao comité pois tá visto Que trocam segredos na ronha Porque o rap agora virou cabaré pa’ quem está nisto Sem ter dois dedos de fronha Se qualidade é assunto Sempre que rime eu assumo Tu não ouviste a lição, não te queixes do resumo A ofensas só pergunto: vais pôr gasolina no lume? Pensas ser um tubarão Mais um peixe no cardume Não vou em cantigas, não há gabarito Ou carreira de rei sei que a brisa destrona E nem me digas que o faço por guita Que eu trago a carteira mais lisa que a mona Tens a boca larga e tão fraco apetite Viste a cena deep e já ficas na tona A dar pa parvo Aqui fica o convite: desiste da pena Dá quit Abandona Meu puto, tu coça ou aplica Halibut